segunda-feira, 28 de março de 2011

''a ordem das parcelas não altera o resultado''

Começo de mês é tão banal, tão diferente de começo de ano. Tão programado e previsível. Dia 10 chega a conta de luz. Até dia 20 pagar a faculdade. Fazer o supermercado dia 7. Menstruação no fim do mês, se não chegar, ferrou.

É assim, contado, esquematizado. A vida se resumindo a números, datas. Uma agenda catalogando como, quando e o que devemos fazer. Matemática pura e simples. Problemas e questões a serem adicionados, divididos, multiplicados e, raramente, subtraídos. Problemas, que são todos seus.

terça-feira, 22 de março de 2011

Neutralização

Desejo de poder controlar as coisas, de ter sempre aquela emoção contida. Desejo de paz, de perder a impressão que tenho sempre que melhorar, mais e mais. Desejo de não haver mudanças, surpresas detestáveis. De me manter calma, sem desespero. De acordar pra vida, e perceber que ela já começou.

Não sou de demostrar emoções. Não sou pedra de gelo inquebrável, ao contrário, sou frágil. Só quem é sabe, é melhor esconder, pra proteger. Se guardar de emoções incalculáveis. Nunca se sabe o tamanho do dano. É assim, prefiro não ser essa metamorfose ambulante. É mais prático, mais seguro.

Não me condene, fui criada acreditando que cada um faz o que quer da vida, desde que não ofenda o direito alheio. Pois sou assim, não gosto de elevar demais, nem pular de cabeça. Gosto de ficar no muro, a vista é mais bonita, e eu não tenho medo de cair. Mas sabe, inevitavelmente, a gente acaba caindo.

sábado, 19 de março de 2011

O legal em não ser

E eu me importo, apesar dos meus esforços em não dar a mínima, eu realmente me importo. E acho que as pessoas percebem isso tão facilmente, só tem essa explicação. E faço sim questão que todo mundo esteja bem, porque qual seria a vantagem em ver alguém infeliz?

Não que eu me veja como boa pessoa, que faz o bem sem olhar a quem. Não é nada disso. É coisa minha, sabe? De mim, do que me torna mais eu, do sentido que eu preciso, de ter orgulho de ser eu, e não você. Não estou pedindo pra ninguém me entender, não sou muito fácil de manejar, e infelizmente não venho com manual de instruções.

Só não sei se é tão conveniente assim tentar prestar atenção nas pessoas. Seria tão mais fácil relevar, e deixar pra lá. Mas eu fico com isso preso, me sentindo mal. E isso não te faz legal. O bacana é não se importar, é não gostar das pessoas, evitá-las. Já devia ter aprendido isso, mas, como eu já disse, faz parte de mim. Me machuco as vezes, me machuco feio.

Fazer o que, se ignorar não é uma opção. Vamos quebrar a cara, vamos sofrer a toa. Mas sabe, as vezes dá certo. Não constantemente, mas as vezes era exatamente isso que a pessoa precisava. Dá pra se acreditar, se encontrar. Leva um certo tempo até você perceber que, na realidade, o legal é insistir em ser quem você é.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Dois chocolates e um abraço.

Se alguém me perguntasse eu não conseguiria explicar. Faltam palavras, descrições, canções. Falta coragem de assumir, coragem de esquecer, coragem de fazer diferente, mesmo quando o que se sente continua igual.
E hoje, ao pensar no que escrever eu só consigo me lembrar de uma frase: "Que seja doce."

E sei que você vai ler, e vai me dizer que leu, e vai me perguntar se era pra você, e mais uma vez vai me dizer que não quer me machucar. E eu vou entender, não vou cobrar nada, porque já fomos longe demais. No fundo eu só quero que você guarde um pouco mais de mim, de nós.

Espero que daqui a muitos anos nossa memória consiga se lembrar dos nossos jeitos, sorrisos e momentos, e que o tempo nos permita alguns reencontros sem culpas, porque é bom sentir mais uma vez; não poderia ser diferente depois do que aconteceu. O que ficou dessa vez? Um cd com minhas/suas músicas, dois chocolates e um abraço.




O texto não é meu, mas é de alguém que eu admiro muito. E ela me deu permissão de colocar aqui, pois vale a pena ser lido. Espero que ela perceba que ela pode mostrar que consegue. Enfim, coloquei título, tomara que não se importe.

Desviada do caminho



Tentar me conscientizar que a vida tá correndo, e eu estragando tempo.
Quando é que a gente começa a estagnar? Não correr mais atrás do que realmente importa?

Estar satisfeita com a vida, era quase uma utopia. Se deixar levar por sentimentos imabatíveis, desejos fervurantes. Hoje me conformo em ter um dia normal, uma rotina miserável, me excluindo de toda paixão. Acordo todo-santo-dia angustiada ''era essa a vida que eu queria?!''. Não, não era.

Queria mais emoções, romances. Queria pertubar minha ordem, meu horário, voltar a pensar "então que se foda'' e não me arrepender de decisões erradas, levar tudo na berlinda, com aquele perigo constante de que tudo pode virar merda.

Eu sei que não é mais assim, não pode ser. Tudo me remete ao futuro, que tal vez nem aconteça. Minha possível profissão, meu estudo, meu conhecimento, meu pai não pode me sustentar para sempre, e eu não quero. Quero independência.

Queria poder viver pra sempre naquele momento rebelde sem causa, de como a vida pode ser bonita se a gente quiser. Mas estou a ponto de me transformar numa velha chata, como qualquer outro adulto com contas para pagar no fim do mês. Alô, realidade.

Só tenho medo de perder a essência, o que me torna diferente do resto do mundo. Que comece a virar um rôbo com um cronograma ditando minha vida inteira, hábitos, sentimentos. Tenho medo de olhar pra trás, e nem mesmo me reconhecer.

sábado, 12 de março de 2011

É, talvez.

Vai ver eu não sou pra dar certo com ninguém. Talvez eu seja uma pessoa ímpar, sem par. Talvez não exista nenhuma tampa ou panela, só gente que gosta de suportar o outro. É, eu sou mesma cheia de defeitos, difícil de aguentar.

Talvez, eu me respeite demais, me enalteça demais, e acabe não exergando que esta abaixo. Talvez eu tenha tentado exageradamente, e já começo acreditando que não vai dá certo. Talvez ser objetiva, duramente sincera, independente, fumante ou festeira, não seja um grande atrativo.

Eu não sou mesmo o padrão, o comum, o normal, o esperado. Eu sou, inesperadamente, eu. Com minhas complexidades, alegrias e paixões. Não suporto o usual, a mesmice, a rotina. Não sou difícil de desvendar, e sim de me apaixonar.

Boba da corte



Sabe, gastamos tanto tempo para agradar as pessoas, tanta força, paciência, aguentando cada coisa, só para gostarem, nos acharem simpáticos, divertidos. E me dá uma raiva de ingratidão, concerteza é a que eu mais me indigno, é falta de reconhecimento. Não dar a mínima a quem teve uma boa vontade contigo, é o pior sentimento que alguém pode expressar ao longo de toda sua vida, e repugnante.

Falo porque todo-santo-dia eu tento acordar bem,  ser legal, tratar as pessoas bem, para que gere um clima agradável. Eu sou assim, se tem um ''ar pessado'' não consigo me sentir bem, não trabalho/estudo/converso direito, meu espírito se espelha na aura, se é que isso existe. E, quando alguém fala comigo mal, se não tem a mínima educação, começo a pensar que foi eu que dei motivo, eu vacilei em alguma coisa.

Daí vem aquele tipo de pessoa que eu abomino, indivíduos ''de lua''. Gente que te trata como bff na noite passada, e na manhã seguinte parece que nunca te viu mais gordo. E, no meu caso, passaria 24hrs por dia pensando no que eu fiz pra pessoa me evitar. E sabe? Nem é nada, é porque gente assim é doida mesmo, desisti de entender. Só não procuro fazer amizade, excluo do meu círculo, não sou guarda-chuva pra me abrir só no dia que chover.

E aí tem os piores, os que só querem te usar. Mas não é usar no bom sentindo (se é que tem um), são aqueles que te usam na base da chantagem, ''ah não tem mais ninguém pra ir'', ''ando passando por uma barra'', e você vai/faz por pena. E sinceramente, você fica pensando que fez sua boa ação do dia, e fica tudo bem, você pensou em alguém que não foi si próprio.

E o que acontece? O espertinho te enrolou, e só usou de artifícios pra te sensibilizar. "Meu, fdp que não tem coração". Beleza, você aprendeu a lição. Eu até me acho besta, porque sei superar, sei passar por cima, na boa. Maiores vacilos do mundo, eu falo ''okay, não faz mais''. Mas quando o fdp se sente a vítima? E fica aquele climão que foi você que causou, porque né, eu sou a mais errada do mundo.

Tô cansada de tentar agradar, de tentar ser bonzinho pra não rolar empatia. Se vai acontecer de um jeito ou de outro, então que foda se. Não ajudo mais, não escuto choro de ninguém, mas nisso eu nunca tive muita paciência mesmo. E deixo ai meu momento de revolta, bjs.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Dia de estréias.



Já faz algum tempo que me seduzo por essa idéia, criar um blog. Não que eu me ache uma boa escritora, ou algo do tipo, até no português eu falho. Queria soltar as palavras dentro de mim, deixar minha opinião, criticar alguma coisa, ou sei lá, desabafar. É querer mais para si, deixar de ser anônimo, revolucionar o mundo pra alguém que não seja seus amigos de bar.

Sinceramente, acho que ninguém vai parar pra ler, além desses meus amigos citados, talvez até por dó. Mas a vida é isso, é dá cara a tapa, é petiscar, pra beliscar. Viver sem excitar não tem lá essas graças, não pra mim. É necessário apanhar, cair, chorar, se lamentar, pra ser alguém na vida. Nunca conheci ninguém incrível, sem ter uma história pra contar.

O tema do blog? Basicamente, o meu. É, o meu tema, ou o que eu tiver passando naquele momento. Vai haver indiretas, revoltas, alegrias, comemorações... sei lá, o que tiver no meu futuro. E haverão histórias engraçadas, porque até nos momentos mais difíceis da minha vida, eu soube aproveitar a ''coisa positiva'', soube rir, pra não ter que chorar. Chorar em público é quase impossível, pra mim, eu não me mostro, não me permito ser vulnerável.

Tirar conclusões nunca foi o meu forte, não sei resumir. Todos os mínimos detalhes, as vírgulas e ponto-e-vírgulas são importantes pra mim, então se sintam concluídos desse meu pequeno texto. Havera outros, que possivelmente, também não possuirão grandes conclusões, mas de vez enquando deve conter alguma história engraçada.


PS.: Lindo professor de redação que sempre tirava meio ponto por eu colocar pontuação no título, essa vai pra você.