segunda-feira, 25 de maio de 2015

Achismos



Li, certo dia, uma frase de um poeta que ficou marcada na memória: "se exemple nos erros dos outros, a vida é muito curta pra você cometer todos". Não sei se porque tenho um gosto em observar as atitudes humanas, achei que sim o mais certo era se espelhar nos erros alheios para evitar os meus.
Acontece que deu certo. Passei no vestibular, no exame da ordem, analisando os que não passaram. Evitei trabalhos grandiosos por ver que no final, para a maioria, nem valia a pena. E achei uma bela saída para sofrimento desnecessário.
Então me encontro aqui, num ponto a qual penso se terei que cometer meus erros ou me espelhar em quem já errou. Einstein dizia que insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes. Estou eu tentando ser insana?
Tá certo, eu sou praticamente o oposto da racionalidade. Vou por impulso, por emoção. Desejo mesmo nem pensar muito, pois vou acabar desistindo de fazer. Sou ariana e quem quiser me julgue por acreditar em astrologia. 
Mas, ainda assim, o que se fazer em caso de extrema dúvida? Veja bem, eu que sempre fui de me jogar da ponte para experimentar a queda, prefiro me resguardar dessa vez. Depois de anos vivendo sem paz, prefiro ter sanidade. Eu, louca que sou, preciso ter racionalidade pela primeira vez na vida.
Acho que é verdade mesmo que eu estou refletindo minhas ações pelas relações passadas. É errado, eu sei. Mas por ter sofrido demais, preciso ter um pouco de calma agora. Na minha cabeça, no meu coração. E ainda acho que uma série de mal entendidos nunca atrapalhou o amor de ninguém, somente daqueles que já estavam atrapalhados.
Acho, por fim, que ficaremos bem sim sem ter a companhia do outro. Mas eu preciso saber se eu quero isso ou não. Por que, no final das contas, o que importa é eu querer estar com você. E isso eu ainda não sei. Ainda estou analisando os fatos e relembrando os sentimentos. Claro, não basta minha vontade. Mas ela também está incluída. Mais do que nunca, eu tenho sim que estar incluída nessa relação.

sábado, 23 de maio de 2015

A brisa



Fui nervosa desde o começo. Aquilo tudo ia rápido demais para quem só levou a vida em banho maria. Você tão decidido com suas escolhas a respeito da sua vida, me convidou para em embarcar nessa viagem. Eu fui. Morrendo de medo, confesso. Mal nos conhecíamos. Somente sabia que você beijava bem e se dava mal com bolos.
E, após pedir inúmeros conselhos, baixar um aplicativo que daria sempre minha localização caso algo me acontecesse, fui. Fui e foi perfeito. Descobri que você não era só lindo por fora. Reclamava de tudo e de todos, mas eu me admirava com tamanha determinação acerca dos fatos da vida. Acho que é por que nisso somos bem parecidos, mas eu apenas sou crítica.
Percebi, então, que você era do mundo e nunca poderia ser meu. E por mim estava tudo bem. Eu não havia colocado qualquer expectativa nessa aventura inesperada que me foi surpreendentemente apresentada. Jamais acreditei que nos daríamos tão bem. Isso já foi um bônus.
Então, com o passar do tempo fui sim criando um afeto por você. Um afeto que me proibi de criar, mas, sinceramente, inevitável. Me pegava besta pensando na sua chatice de reclamar o tempo todo e achava graça. Já tínhamos até restegue piadas internas.
Embarquei na nossa próxima empreitada, mas dessa vez sem medo. Lembrei de Lisbela, que mesmo sabendo de todos os defeitos de Léleu, sabia que teria que ir sim toda vez que o amor chamasse.  Não que já fosse amor, mas já era alguma coisa. Pelo menos, para mim.
Até comentei que queria ir com calma. Ressentimento de que coisas que começam rápido demais terminam mais rápido ainda. Como brisa num dia de calor, servindo apenas para relembrar o quanto o tempo estava quente.
E assim o foi. A brisa passou e eu fiquei com o calor intenso do verão. Ainda não entendi ao certo o que aconteceu. Pareciam duas pessoas completamente diferentes. E eu, sincera do jeito que sou, esperei de você apenas a verdade. Não ganhei sequer uma boa educação, um aviso.
E eu sei que não posso te cobrar nada, jamais. Fui atrás de suas desventuras por minha conta e risco. Não o conhecia e gostei de você, da sua história, do seu sorriso fácil. E apesar do calor que deixou, a brisa será sempre lembrada.


"O amor me chamou pra um outro lado e eu fui atrás dele. Eu pensei que se eu não fosse, a minha vida inteira ia ser assim. Vida de tristeza, vida de quem quis de corpo e alma e mesmo assim não fez. Daí eu fui. Eu fui e vou, toda vez que o amor me chamar, vocês entendem? Como um cachorrinho, mas coroada como uma rainha." - Lisbela