quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Ah, cidade pequena.

                    Viro o ''babado'', a novidade. Todo mundo especulando, dando sua opinião, julgando. Morte virou atração. Aonde se chega, é a conversa, todos querendo ''estar por dentro'', antenados. Jornal televisivo agora é programa de fofoca.
                    Ninguém imagina como se encontra a família da vítima, que mais quer é esquecer por alguns minutos, que seja. Não se põe no lugar, não se solidariza. Por menos, não comentasse, desse um descanso, pra quem já sofreu tanto num crime brutal.
                    E não é só a estudante que tá na mídia. Sempre aparece alguém ''Sabe a nova? Fulaninho morreu, tava super embriagado''. Ninguém dá a mínima. Não é da sua família, não te ofende. Vira ''bafo''. Quando mais, ainda tem aqueles pra dizer ''teve o que mereceu''.
                    Esse pensamento interiorano teresinense tem que evoluir algum dia. Ninguém se livra, nem mesmo os mortos.  
                     

sábado, 20 de agosto de 2011

Falas #7

E sempre é assim. Tudo pronto, uniformizado. Entrando em lugares já sabendo como agir, como falar. Mas não há como se esconder pra sempre. Uma hora, cedo ou tarde, você acaba sendo você mesmo. E sabe-lá-deus quanto tempo eu perdi querendo me passar por outra. Perdendo o prazer de falar poha, de descer até o chão, de gostar de mim, de vez enquando. Sabe-lá-deus quantas vezes eu me torturei pra não fazer o errado, detestando o certo. Sei lá, não compensa. No fim das contas, se anular nunca vale a pena.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Falas #6

Não consigo entender esse jogo. Por mais que eu queira, por mais que eu tente. Definitivamente não fui feita pra isso. Nunca há uma proporção, algo mútuo. Sempre alguém gosta mais, e o outro menos. Quanto mais o desprezo, mas carinho de volta. Amor o caralho, poha!
Gente estranha. E não falo pelos outros não, falo por mim. Que relato como estranha consigo ser, e as pessoas se identificam. Poxa, é fudido pra todo mundo. Insegurança rola solta, e a galera naquele vazio, naquela qualidade de precisar de alguém. Amor otário da merda. Tem como entender?

VSF.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Significações

Defina ritmo, velocidade, aceleração. Defina rápido demais, apressado, ''fast''. Quando se esta a frente ou se estagnou? Estou no tempo certo, e tenho sede do perigo. Vai ver, só consigo acompanhar a inércia mesmo. Melhor seria ter um olhar-de-fora, julgar sem me envolver, sem dar desculpas. Saber a hora certa de tomar iniciativa, ou de esperar pela próxima oportunidade. Nunca se sabe.
Defina seu relógio biológico. Saiba a hora de acordar, de ficar feliz e sério. Defina sua vida social. O momento de se calar, de guardar a opinião pra si, de deixar quebrar-a-cara. O instante de decidir não discutir, de fingir que não se ofendeu. Era besteira.