sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Voei

Novamente me encontro nessa situação onde tudo é incerto. Mas sou outra, cabeça diferente, coração endurecido. Não choro mais. Perde quem um dia teve, não eu, que só me encontrava ali, nada a mais. Sabendo precisamente que nunca foi meu.
É engraçado, mas eu criava essa imagem na cabeça a algum tempo. Como tinha certeza que viria de você. Eu não conseguiria, por mais que desejasse. E porque não? Porque eu luto até tudo ficar certo, eu entendo defeitos lembrando das qualidades, eu espero pelo pior pra aproveitar as coisas boas.
Hoje, definitivamente, me encerro desse caso, e do que ele representou pra mim. É meio lógico, se acabou por tão pouco não era tão grande assim. Repetirei, pela última vez, sei muito bem viver sem você. Mas não preferia. Só que você fez toda questão pra eu aprender a querer. Bem, agora eu quero.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A chuva



Me desculpa por ontem, é que tudo anda tão errado. É, nós também. Tanto sacrifício e mais um balde de água fria. Quando isso tudo vai mudar, penso eu. A vida, a faculdade, o trabalho. Parece que vou ter que largar, não aconteceu a transferência. Tudo errado com meus planos. Esses que nem fiz. Me prometi esperar nada, e até tava fazendo tudo certinho. Ai eles dão, ai eles tomam.
Vim chorando no ônibus, do caminho pra casa. Peguei uma chuva, e nem me chateei. Imaginei que fosse o mundo chorando também. Enquanto eu tentava chorar baixinho e queto pra ninguém perceber, veio e como quem diz ''pode chorar a vontade, agora ninguém vai perceber''. Que pena que não me ajudou a entrar em casa e ter que falar ''mas uma vez não, tão perto''. E tudo que vem a mente é ''essa é minha vida''. Como se o fracasso desse um jeito de entrar, de qualquer modo.
Não consegui segurar na frente das meninas, e elas pareceram bem compreensivas. Elas sabiam o quanto era importante pra mim. Desabei mesmo. Se pudesse tinha colocado toda lágrima possível pra fora. E a chuva continuou a me acompanhar. A maior chuva desde que voltei. Fechei a janela do quarto, e molhou nada, chuvinha comportada.
Liguei pra mamãe, e ela solta um ''a gente vê isso''. Mas eu sei que não tem mais o que ver ou ouvir ou falar ou lutar ou tentar ou nada. Mais uma batalha, mais uma perda. E tristeza é assim, vem toda de uma vez, não é que nem alegria ao pouquinhos.
E foi ai que apertou por nós. Não aguento essa necessidade de apenas fim de semana, ou pior, duas semanas. Não dá pra mim. Queria tanto que a gente tentasse mais e opa, eu sei que somos ocupados demais, até pra nós mesmos. Felicidade, migalhas. Imaginei que ia viver assim, infeliz. Com tudo pouco, regrado e reduzido. Com um quase e nunca um todo. E não pude mais falar. Não posso te pedir isso, mas também não posso continuar assim. E bem, a chuva não parou.
Esta alagando tudo. Típico do bairro. Imagino se falta energia até o fim da noite, bem capaz. Imagino se me falta forças, só o tempo pra provar ou desarmar. Eu sigo com a cabeça cheia, confusa e, até, magoada, mas com o coração quente. Esquentando essa chuva forte e incessante, mesmo que não tenha fim, mesmo que nas horas inoportunas. ''Força pra lutar, fé pra vencer''.