quarta-feira, 20 de junho de 2012

Amedrontada



Quero começar explicando que não é um desabafo. Na verdade é, mas vou disfarçá-lo para que não pareça um. Não gosto quando me rotulam de revoltada, e isso eu já sou vinte e quatro horas por dia, então pra que me exaltar aqui também?! Bem, vamos lá.
Ando com medo, o tempo todo. Do futuro, da vida, da morte. Mas realmente ando com medo das pessoas. Do quanto as pessoas podem chegar. Ofensa, xingamento, falta de educação. Todos são tão católicos, mas ninguém lembra quando Jesus pediu pra amar o próximo. E não precisa amar não, basta respeitar. Todo mundo entende que realmente tem gente que força a barra, que tem aquele defeito que sufoca. Mas tenta sorrir e segue em frente.
O mundo é diferente. Moramos em um país onde nem a língua portuguesa é dita da mesma forma, cada um teu seu sotaque, seu modo de falar. Então pra que tanta voracidade quanto a diferença? Que seja de sexo, de música, de opinião. Somos mesmos tão diferentes que chega a dá raiva. Mas é assim que é e que sempre foi. Ofensa não vai mudar nada disso. Ao contrário, te deixa uma pessoa pior.
Vivo me cansando de ter que sorrir o tempo todo pra pessoas que eu não suporto, então porque diabos as pessoas não conseguem fazer isso comigo? Se incomoda minha opinião, respeita. Do mesmo modo que você tem direito de dizer a sua (maldando e ofendendo as pessoas), eu também tenho. Direitos iguais, pessoas iguais. Ninguém sabe o tamanho do buraco que a crítica pode deixar. Então é preciso dizer com cuidado. É preciso se importar com os seres humanos que nós somos. Sentimentais e sensíveis.
Não falo por mim. Podem esbofetear meu nome pela praça ai. Tô acostumada a apanhar da vida e sorrir. Sou forte, mesmo se não concordarem. Mas respeita minha família. Ai bate na ferida. "Eu tenho todo direito de falar do meu irmão, mas bato no primeiro que fizer''. É amor. A gente ama mais mãe, pai, avó, padrinho, do que a gente mesmo. Até os mais egoístas. Então respeita, mede o que tu fala, se situa no mundo pra não ofender e acabar criando uma imagem tão ruim, não só de ti mas pra quem tu defende.
Ando mesmo com medo das pessoas, e com medo de ocasionalmente, por desistência de bater contra a corrente, eu me tornar tão vago quanto. Medo de me importar mais com uma fofoca do que com a pessoa que esta sofrendo por estar nela.. Medo de ter que desaprender tudo que sofri tanto pra aprender. Ando com medo de perceber que as poucas pessoas verdadeiras no mundo estão se acabando

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Mesmisse


Queria um amor próximo, de enjoar. Aquele que sufoca, que grita, que se apavora. Tanta tranquilidade cansa. Que rotina, que tédio. Dá vontade de dormir e morrer pra não acordar. É o contrário do aconselhado. Quando todos repetem que bom é a calmaria, a paz. Mas até isso dá no saco. Queria a inconstância. Ela é inconstante.
É tanta evasão, que nunca sentiu de verdade o amor. Amar e sempre estar longe? Coisa estranha. Coisa chata. Não poder visitar na sua casa. Ter que planejar a visita na própria casa. Mas que coisa.
E o impulso? A surpresa? O pensar sem agir? Controlou demais os sentimentos pra não pirar. Pra aturar. Pra ser outra.
Tem saudades de si sempre. Mas em uns momentos de intensidade maior, repensa o porque daquilo tudo. Pena que ele não ajuda. Continua calmo e estável, enquanto a alma dela só quer um pouco de agitação. Um pouco de som e ritmo, temperado a devaneios.  
Pensou em ser Clarice, Bukowiski, até Cazuza. Ideologia, necessita de uma desesperadamente pra viver. Cadê a paixão calorosa? O burburinho na barriga? O sentimento de não ter mais ninguém no mundo? Sei lá, acha que esqueceu.