E, após pedir inúmeros conselhos, baixar um aplicativo que daria sempre minha localização caso algo me acontecesse, fui. Fui e foi perfeito. Descobri que você não era só lindo por fora. Reclamava de tudo e de todos, mas eu me admirava com tamanha determinação acerca dos fatos da vida. Acho que é por que nisso somos bem parecidos, mas eu apenas sou crítica.
Percebi, então, que você era do mundo e nunca poderia ser meu. E por mim estava tudo bem. Eu não havia colocado qualquer expectativa nessa aventura inesperada que me foi surpreendentemente apresentada. Jamais acreditei que nos daríamos tão bem. Isso já foi um bônus.
Então, com o passar do tempo fui sim criando um afeto por você. Um afeto que me proibi de criar, mas, sinceramente, inevitável. Me pegava besta pensando na sua chatice de reclamar o tempo todo e achava graça. Já tínhamos até restegue piadas internas.
Embarquei na nossa próxima empreitada, mas dessa vez sem medo. Lembrei de Lisbela, que mesmo sabendo de todos os defeitos de Léleu, sabia que teria que ir sim toda vez que o amor chamasse. Não que já fosse amor, mas já era alguma coisa. Pelo menos, para mim.
Até comentei que queria ir com calma. Ressentimento de que coisas que começam rápido demais terminam mais rápido ainda. Como brisa num dia de calor, servindo apenas para relembrar o quanto o tempo estava quente.
E assim o foi. A brisa passou e eu fiquei com o calor intenso do verão. Ainda não entendi ao certo o que aconteceu. Pareciam duas pessoas completamente diferentes. E eu, sincera do jeito que sou, esperei de você apenas a verdade. Não ganhei sequer uma boa educação, um aviso.
E eu sei que não posso te cobrar nada, jamais. Fui atrás de suas desventuras por minha conta e risco. Não o conhecia e gostei de você, da sua história, do seu sorriso fácil. E apesar do calor que deixou, a brisa será sempre lembrada.
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se deram ao trabalho de ler