quarta-feira, 9 de maio de 2012

O desamor



Achou ordinariamente interessante. Tanto desleixo, quanta marra. Era comum de ver em qualquer um que quisesse se fazer diferente, mas ele era. Estranhamente, ele era. Uma história normal de comédia romântica, te vi e gamei. Riu delicadamente de quantas vezes já tinha se deparado com essa situação. Qualquer um podia ser seu par eterno, se desenrolava ali toda uma vida de amor á dois em poucos segundos. Como sua mãe ia reagir, como seu pai iria olhar...por ai vai.
Não conseguia ir mais longe, na imaginação tudo dá certo, tudo é perfeito. Precisa complicar e fazer as coisas tornarem reais?! Quanto mais viajava no sonho, mais se perdia da realidade. E aquilo ia tomando forma e jeito que até deixavam seus dias menos pesados. Cada dia um amor diferente, uma paixão eterna e que não diminui com o tempo. Uma vez ou outra, retomava os amores que mais lhe instigaram, fazia jus a continuar a história que sempre possuía um final feliz.
Havia amores reais, fardos pesados, corações dilacerados. Tentou viver em plenitude antes de se entregar a farsa prazerosa. Porém, já não possuía mais coragem de entrar numa aventura tortuosa e duvidoso destino final. Não existia mais vontade de sacrificar um pouquinho de si pra abraçar o próximo. Amores perdidos que viraram feridas frequentes. Não tinha mais força pra carregar outra carga de incertezas e expectativas.
Levou o mundo como achou que devia fazer. Amor por dias e dias, vários e muitos, de maneiras diferentes e similares. Todas numa vida na qual só ela tinha o poder de conhecer e fazer nenhuma mal poder tocar. Segurança, estabilidade e tranquilidade. Outra garota ousou um desejo distinto?


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se deram ao trabalho de ler