sábado, 10 de dezembro de 2011

Depois do balanço

Passei minha vida inteira falando que eu estou cansada. De tudo, sempre. E esperando por um futuro melhor, mais na frente vai ser do jeito que eu queria. E não é. Nunca chega nem perto. Quer dizer, chegava. Esse ano foi bem inspirador. Foi o abrir do sol após a tempestade. Não tinha como ser pior.
Depois de fechar pra balança, foram mais ganhos que perdas. Pela primeira vez na vida. Porque nada podia se arruinar, era sempre melhor que passar por aquilo tudo de novo. Perda. Do amor, da fé, da esperança. Parecia até que era outra eu se moldando todinha pra caber menos dor. Perdi mesmo essas tais coisas, mas soube ganhar outra que nunca tive, agradecimento.
Pelos pais que ainda estão por aqui, pelas irmãs que souberam entender o meu jeito complicado, pelas amigas que não abandonam, pelos pequenos lembretes de afeto que foram tão gigantescos pra mim. Agradecimento por recriar a vontade de viver que nunca tive. Sempre tão cansada, sempre dando tudo errado. Bem, sem planejamentos agora. Bom ou ruim, vou tentar saber contornar, e quem sabe até poder sorrir.
E quem saiba aceitar de uma vez por todas que a vida é isso mesmo. Falha, momentos, desejos. Nada mais. É tentar se alegrar no meio tempo. Aprender a se valorizar. Não cultivar relações pretensiosas,  sentimentos ruins, saber apreciar o outro, seus defeitos. Como diria Zeca, "a admirar a beleza, a verdadeira beleza, que põe mesa, e que deita na cama, de quem come, de quem ama, do erro, puro do engano, da imperfeição.''
Essa sou eu, tentando fechar o ano se tornando clichê.

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se deram ao trabalho de ler