terça-feira, 12 de março de 2013

"Você não esta sozinha"

"Estes livros deram a Matilda
uma mensagem de esperança e conforto:
Você não esta sozinha"
Ao chegar aos meus 20 e poucos anos, percebi que não tenho amigos. É claro que há colegas do trabalho, faculdade. Aqueles que servem pra beber no sábado, outros que são necessários pros estudos em grupo. Mas em momentos de confessar minhas angústias, não vem um a mente. Não mais. Mesmo sendo algo que vem perturbando imensamente. Sou eu - como minha mãe sempre dizia - que não sei guardar amigos?
Tenho sérios problemas de confiança. Não sei perdoar, não esqueço. Não sei levar ''na esportiva'', na falsidade. Falo para você tudo que penso. Não é meu amigo? Pois você será a única pessoa do mundo para qual eu não mentirei.

Tantos reclamaram da minha sinceridade exacerbada, que agora sequer a tem. Não a considero grande perda, mas o vácuo que ficou em mim por não ter ninguém a quem contar no final do dia é bastante deprimente. Lembro o quanto eu sou forte e blá blá blá... aquele papinho auto-ajuda. Não funciona muito.
Foram tantas presenças que se tornaram ausências, que agora eu deixei de fazer questão. Não vale mais a pena. Ligar, ir atrás, puxar papo. Me deixa quieta que acho um jeito de me entreter.
Já me disseram que sou extremista, não esta sendo o primeiro a deduzir isso. E como em alguns textos passados, tento explicar isso pelo medo que eu tenho de me machucar, de sofrer mais uma vez, de criar expectativas fanáticas. Eu sou extrema até em gostar. 
Agora eu minto para todo mundo. "Não dá, meu tio tá aqui em casa", "tenho que estudar'', etc. Falta vontade de ter com a pessoa mesmo. Falta vontade de ter conversas fúteis e vagas, que não me levarão a nada. Melhor ver meus filmes dramáticos que me fazem emocionar.
Não era para ser um texto com uma história feliz. Era para relatar os acontecimentos do meu cotidiano, e como a solidão tecnológica tem sido a única saída, o acalento. Não acho triste me tentar decifrar em livros, filmes, versículos bíblicos. Alguns até me perguntam pelo que venho passando, mas nem vale a pena, sabe? Eu começo a contar e cinco segundos depois viram os olhos de tédio. Também não tenho paciência com várias pessoas, então, no final das contas, eu entendo. Eu entendo ser sozinha.

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se deram ao trabalho de ler